quarta-feira, 30 de abril de 2008

Se o erro não fosse humano
Se as tardes fossem sempre de outono
Se o sexo fosse profano
Se o vício fosse sempre um suplício
Se o princípio deixasse de ser início
Se amar não passasse de sacrifício
Se olhar no espelho fosse sempre narcisismo
Se todo ser se utilizasse do cinismo
Se toda pintura fosse cubismo


Se a sua vida fosse um eterno sofismar
Se o outro só soubesse trabalhar
Se para trás você em nenhum momento fosse olhar
Se tudo na vida lhe bastasse só de olhar
Se a jornada estivesse restrita ao ato de caminhar
Se os jardins sem rosas fossem ficar...

Um dia desses eu vou terminar o que não começei
olhar com carinho aqueles que, com indiferença tratei
contornar a esfera dos meus anseios
suspirar diante dos seus olhos ao dizer não
recobrar a loucura de uma mente em profusão
passar os dias quem sabe segurando a sua mão.

4 comentários:

sblogonoff café disse...

Se todos os "ses" do mundo formassem uma ñação hipotética, ficaríamos tods na expectativa da contingência.
O se é uma bifurcação no caminho.
Uma das hipóteses é sempre a alternativa escolhida.
Mas e se não fosse?

BORBOLETA CULT disse...

Alguns lugares, seja na esfera municipal, estadual ou mesmo federal, parou bem ai nessa "bifurcação".
Exemplo: o código penal brasileiro, a legislação tributária, a educação, as usinas nucleares(sucatas alemãs).

sblogonoff café disse...

Mas os lugares estão lá, quem decide no final é sempre o caminhante. O que às vezes temo.

BORBOLETA CULT disse...

Porém nesse caso o caminhante é alma do lugar. Logo se o caminhante não cumpre a sua função ou realiza a mesma em círculos, está condenando o lugar ao repouso. Em termos físicos, a inércia é uma lei que cabe em vários lugares e pessoas também.